24 de novembro de 2011

Limbo - Game

Capa do jogo Limbo

Limbo é um jogo muito interessante e sombrio, desenvolvido de forma independente pela empresa Playdead. Baseado em quebra-cabeças (puzzles), indo tanto da habilidade e precisão, quanto de descobrir a solução para determinado problema. A história é bastante simples: um garoto em um mundo desconhecido e perigoso procura por sua irmã. Nada mais. Mas esse enredo simples não diminui a grandeza desse game. O jogo ganhou diversos prêmios e já está entre os jogos mais criativos lançados nos últimos tempos.

Cena do jogo Limbo

O design e seus efeitos sonoros são totalmente imersivos e intensos. A atmosfera sinistra é passada ao jogador através de luzes e sombras, muitas sombras. Tudo preto e branco. O visual é realmente minimalista e isso tem um efeito extremamente positivo, nos deixando atentos ao detalhes que são, de fato, importantes.

Cena do jogo Limbo

Apesar do visual simples e quase infantil, o jogo traz mortes agoniantes e com uma boa dose de crueldade. Sim, é sangue e pedaço de gente para todo lado. Não deixem de viver essa pequena e bizarra experiência.

Cena do jogo Limbo

O jogo foi lançado em meados de julho deste ano e está disponível para PC, PlayStation 3 e XBox 360, lembrando que o mesmo está em promoção, no site, até 28 de novembro!


18 de novembro de 2011

Jonestown - 33 anos


Hoje, 18 de novembro de 2011, completam-se 33 anos do massacre de Jonestown. Mas o que aconteceu lá? Que pessoas eram essas? O que faziam ali? Por que estavam lá? Para muitos, principalmente para a juventude de hoje, essa parte trágica e doentia da nossa história parece tão distante que muitos sequer sabem desse fato, que marcou toda uma geração.


Dos fatos conhecidos

Sabe-se que uma série de acontecimentos distintos, mas correlacionados, levaram mais de 900 pessoas à morte, na Guiana, em novembro de 1978. Jim Warren Jones era o nome do homem que criou o "The People's Temple", ou Templo do Povo. Chamado apenas de Jim Jones, ele conseguiu criar uma igreja, implantar uma combinação de filosofias religiosas e socialistas, mesmo sem qualquer formação teológica formal. Mas Jim Jones fora duramente criticado e perseguido ao difundir suas idéias de integração de raças na região de Indianápolis, nos anos 50.


Então Jones e sua congregação seguiram para a Califórnia nos anos 60, onde a igreja cresceu e prosperou. Nessa época os ideais políticos de Jones ficaram mais abertos e mais influentes. Mas o templo procurava novos locais para expandir seu culto, chegando até San Francisco e Los Angeles, nos anos 70. Porém, a pressão à volta de Jones e suas ações crescia e O Templo do Povo começava a se tornar alvo de investigações e denúncias de ex-membros, que diziam passar até por simulações de suicídio coletivo. Ao ver-se perseguido pela imprensa e pelas autoridades americanas, Jim Jones ordenou a ida de todos os fiéis para Jonestown, uma área agrícola que havia sido comprada na Guiana e onde seria erguido o "Projeto Agrícola do Templo do Povo". Lá o povo trabalhou, viveu e morreu. Mas muitos detalhes do dia a dia de Jonestown só poderiam ser descritos por quem esteve lá, e os sobreviventes relataram, de diversas formas o que verdadeiramente acontecia na selva, afastada de tudo e de todos, controlada por um único homem.


Da repercussão

Na época do incidente, muitos jornais noticiaram o fato e fizeram suas coberturas do assunto. Na época quase todos eram afirmativos em dizer que se tratava de um suicídio em massa, ordenado por Jim Jones, num ato de desespero, ao saber que algumas pessoas tinham sobrevivido ao ataque, ordenado por ele, ao congressista Leo Ryan e à equipe de reportagem, que tinham ido investigar e levantar dados sobre as ações dentro do Templo do Povo, assim como sondar as denúncias sobre possíveis membros estarem sendo mantidos na região contra a própria vontade. Jones, ao saber que os outros avisariam a guarda nacional da Guiana, ordenou o suicídio de todos os membros e morreu com um tiro na cabeça. Por algum tempo tudo isso foi aceito como verdade, mas algumas pessoas começaram a discutir os fatos e os sobreviventes começaram a relatar os pormenores de Jonestown, tanto no seu dia a dia, quanto no sombrio dia 18 de novembro.


Dos documentos

Muitos dos sobreviventes deram sua contribuição em forma de entrevistas e documentários, mas além disso, o acervo de documentos do FBI, como cartas, fotos, fitas de áudio e vídeo, além de seus relatórios nos revela detalhes obscuros sobre a vida em Jonestown. Relatos de abuso psicológico, sexual e físico são comuns. Muitos afirmam terem trabalhado aproximadamente 20 horas por dia, e muitas vezes serem humilhados perante todos os fiéis por terem descumprido alguma ordem ou lei imposta por Jones.


Muitos fatos, como a contagem desencontrada durante as primeiras horas e os primeiros dias dos corpos e dados discordantes nos relatórios acabaram por dar margem a várias teorias conspiratórias, como a que diz que Jonestown era na verdade uma experiência da CIA de controle mental.

Outro fato comprometedor é o de que apenas sete autópsias tenham sido realizadas dentre os 913 corpos contabilizados pelas autoridades. Além das dificuldades pelo fato dos corpos terem sido expostos a um longo período de decomposição no calor da Guiana, o que tornou sua identificação difícil e desagradável, os corpos sofreram manipulações por pessoas e militares de forma totalmente grosseira e despreparada. Juntando-se a isso o fato de que os corpos sofreram uma espécie de embalsamamento, ainda na Guiana, para depois serem transportados e dissecados, as conclusões das autópsias dando como a causa da morte o cianeto ingerido pelas vítimas na verdade não foi fundamentalmente conclusiva mas sim uma suspeita. Mas como um dos médicos apontou, o cianeto é instável após a morte, ainda mais depois do processo sofrido pelos corpos para o transporte. No final das contas apenas duas vítimas tiveram sua morte comprovada por envenenamento, sendo os outros tradados da mesma forma por terem indícios relevantes no exame, ainda em campo, feito pelo Dr. Leslie Mootoo, médico chefe examinador e bacteriologista sênior da Guiana.


Do suicídio ou assassinato

Com relação ao tipo de morte, se fora suicídio coletivo ou se fora um massacre, onde centenas de pessoas teriam sido assassinadas, algumas provas podem ser conclusivas. O Dr. Mootoo ressalta que 260 crianças foram mortas, já que não teriam condições de acabarem com sua própria vida, sendo assim mortas pelos adultos. No caso dos adultos, o médico informou que 83 dos 100 corpos que examinou tinha alguma perfuração de agulha nas costas ou nos ombros, o que sugere que poderiam ter sido atacados com agulhas envenenadas. Uma outra possibilidade é a de que os golpes de injeções podem ter sido dados após a queda das pessoas, numa tentativa de evitar que alguém escapasse por fingimento. Além disso o Dr. Mootoo encontrou várias seringas sem agulha, mas com cianeto, possivelmente usadas para esguichar o veneno na boca das vítimas, sendo crianças ou adultos que se recusassem a beber. Muitas pessoas podem ter sido enganadas, imaginando estarem tomando tranquilizantes, pois muitos frascos de Valium foram encontrados pelo chão, mas contendo o cianeto em seu interior. Com base em todas essas informações, o médico conclui que pelo menos 700 pessoas tenham sido assassinadas em Jonestown, isso sem levar em consideração o fato de guardas armados terem formado um círculo em volta do pavilhão, para impedir as pessoas de fugir do acampamento.


Não há testemunhas oculares dos últimos momentos de Jonestown, pois poucas pessoas escaparam com vida. As que sobreviveram só o conseguiram porque fugiram para a selva. Os outros, como uma senhora chamada Thrush Hyacinth, dormiu durante o massacre e não se lembra de nada. Um homem, chamado Johnny Cobb, disse ter se escondido em uma árvore, mas lembra que ouviu gritos e tiros durante a noite.


Das considerações

Jonestown será sempre uma grande interrogação, marcada a ferro e fogo, no seio da humanidade. Como pudemos, como fomos ingênuos? Ou fomos enganados? Teria a CIA ligações tão íntimas com Jim Jones? Era um teste? Era loucura? O que realmente foi Jonestown e o Templo do Povo? Mas o termo "suicídio", para mim, já poder ser esquecido.


Dos materiais de apoio

Documentos:

Reportagens:

Filmes:

Sons:

Imagens:

Das Referências
  

12 de novembro de 2011

O Mundo Fantástico de H. P. Lovecraft

Imagem o mundo fantástico de h.p. lovecraft

O SiteLovecraft  está a quase dois anos com uma equipe de voluntários desenvolvendo um livro de alto padrão com obras do famoso escritor H.P. Lovecraft. Contos inéditos, clássicos e outros selecionados, além de poesias e trabalhos de não ficção em novas e primorosas traduções. Ampla revisão, muitas páginas, fotos e capa bem trabalhada, introdução abrangente e longa biografia.

Data de lançamento

Até janeiro deverá ser fornecida a data de lançamento mas, com certeza será no ano de 2012.

Forma de pagamento e reserva do livro

O livro terá apenas uma edição especial e limitada a 300 exemplares, portanto encomende logo o seu! Para tal envie um email para:  de3103@yahoo.com.br falando do seu interesse e informando: o nome completo e um e-mail para o contato. São enviados informes periódicos via e-mail sobre o andamento de todo o processo.

Valor para depósito

O valor já está fechado em R$65,00 e nisto está incluído a postagem. Lembre-se, o livro tem peso estimado em 1kg e terá quase 500 páginas com primoroso acabamento e será enviado com registro para diversas localidades no Brasil, tudo por conta própria de seu idealizador.

E fiquem ligados!!!

Quem depositar terá impresso e imortalizado seu nome na última página do livro, como pertencente à 'Eldritch Society' e receberá o livro autografado.

Para maiores informações consultem o SiteLovecraft.

11 de novembro de 2011

Kakurenbo

Kakurenbo é um anime bem curto, de aproximadamente 25 minutos. Então falarei o mínimo possível sobre essa pequena e sombria obra. Kakurenbo quer dizer "esconde-esconde" e a história se refere a um jogo chamado "o-to-ko-yo", uma forma secreta e perigosa da brincadeira.


Dizem que é preciso evitar uma cidade conhecida como "Cidade Sombria", pois acredita-se que demônios habitam esse lugar. Muitas crianças, que foram a esse local brincar de o-to-ko-yo, nunca mais foram vistas.

Kakurenbo 02

Para participar do jogo, as crianças devem andar pelas ruas, procurando os ideogramas, os caracteres japoneses de o-to-ko-yo, que brilham em certos pontos da cidade, indicando o caminho para se chegar ao local da brincadeira. Quando um total de sete crianças chegarem ao local a brincadeira finalmente começa.

Kakurenbo 03

Nesse clima, a história do anime se desdobra em torno de um garoto, que entra no jogo para encontrar sua irmã desaparecida, porém, encontra muitos outros mistérios.

Com criação e direção de Shuuhei Morita e trilha sonora de Karin Nakano e Reiji Kitasato, o anime proporciona um deslumbre visual e mórbido. Confira na íntegra e legendado em português.

Parte 1

 

 Parte 2


Astley Castle

O Castelo Astley, perto de Nuneaton, era (e ainda é, apesar de ser uma ruína) um edifício histórico que remonta ao ano de 1200. A terra passou a ser posse de Phillip de Astley  no século XIII, ano em  que ele construiu o castelo.

O Castelo foi, por um tempo, a casa de Lady Jane Grey, e dizem ser assombrado pelo fantasma de seu pai Henry Grey, Duque de Suffolk (que ocupou as terras de Weddington).

Imagens antigas de Astley Castle

Henry Grey participou da revolta contra a Rainha Mary. Quando a revolta fracassou, Henry Grey escondeu-se no Castelo de Astley, mas foi capturado em 1554 e decapitado. Estranhamente, em 1849, sua cabeça foi encontrada em uma pequena igreja perto da Torre de Londres, onde tinha sido preservada em uma caixa de vidro. Sua barba vermelha ainda era visível, pendendo do crânio.

A aldeia de Astley deriva seu nome de Alsi, um nobre saxão morto pelos normandos, em 1066, cuja terra foi perdida para o Earls Norman de Leicester que a passaram na descendência da família dos Condes de Warwick.

Imagens antigas de Astley Castle

O interior do castelo foi destruído pelo fogo em 03 de abril de 1978 em circunstâncias misteriosas. A ruína resiste desde então, mas, infelizmente, não parece haver nenhum plano para reconstruí-la. O edifício foi abandonado desde o incêndio e agora é pouco mais do que restos, com as paredes em um estado muito precário, com praticamente todas as paredes do interior destruídas ou em condições irreparáveis, como resultado do fogo, do vandalismo subsequente, e da decadência. Em 1998, o English Heritage e o Heritage Lottery Fund ofereceram subsídios para um plano de consolidação e construção parcial para alojamento de férias com a Fundação Landmark, mas o plano fracassou devido ao custo. Em 2005 houve nova tentativa e mesmo com valores reduzidos nada foi feito.

Ruínas de Astley Castle

Nuneaton & Warwickshire, Conselho sobre Edifícios em Situação de Risco no país, reconhece que o Castelo faz parte da categoria de Prioridade (em situação de risco extremo) e que "Realisticamente, parece que os restos do castelo terão de ser tratados como uma ruína ". Embora o bloco estável tenha sido identificado como sendo "capaz de construção para uso benéfico ... [apesar de] que sofrem de lenta decadência, e, ... vandalismo e incêndios criminosos".

Ruínas de Astley Castle

Ruínas de Astley Castle

Em abril de 1978, época do incendêncio que devastou o castelo, o jornalista Gef White e o fotógrafo Les Fannon estavam no local para registrar a tragédia. Entrando pelas salas danificadas pelas chamas, para tirar suas fotos, o Sr. Fannon fez uma descoberta bizarra naquela noite.

Foto antiga de Astley Castle

No último andar foram encontradas efígies de "magia negra", entalhadas com prego num estilo ritualístico. Gef White escreveu na época: "O mistério intriga os investigadores do incêndio. Uma sala foi exposta ao fogo e os detetives mostraram um círculo com um cordão preto, máscaras de horror e três bonecas de "ritual de morte", perfuradas por pregos revestidos em tinta vermelha. "O quarto, escondido em um canto alto do castelo, continha três bonecas. Os rostos de cada uma foram pintadas em uma careta trágica e pregos perfuravam seus corações e pernas. Na porta do quarto havia um símbolo pintado à mão, como um enorme ponto de interrogação".

Imagem do incêndio em Astley Castle

O vigário Astley, o reverendo Colin Henderson, que também era vigário de Coton, disse que não sabia nada de ritos de Magia Negra na paróquia. "Estou inclinado a ser cínico sobre tais práticas, pessoalmente, embora eu saiba que as pessoas podem ser prejudicadas por interesse nestas coisas", disse ele.

Imagem da igreja de Astley

(A parte referente aos intrigantes achados nos restos do incêndio fazem parte de um trecho de artigo em Nuneaton Evening Tribune "Midweek Mag", de quarta-feira 16 de abril de 1986, p9)

Abaixo uma das bonecas encontradas no Castelo Astley

Boneca encontrada no Astley Castle

10 de novembro de 2011

Tattoo - Wings

Tatuagens inspiradoras para quem curte ou quem pretende fazer uma com algum tipo de asa. As mais procuradas são as asas de anjos, seguidas pelas asas de morcego ou dragão, borboletas e outras bem criativas. Escolha a sua e corra para o tatuador.


É quase um padrão as asas nas costas, mas não uma regra.




Nem todos preferem as tradicionais asas nas costas. Vale a criatividade e ousadia.



Lembrem-se que tatuagem é coisa séria. Procure um bom tatuador, converse com quem já fez tatuagem com ele e siga todas as dicas para uma boa cicatrização. Nunca faça tatuagem por moda, pois é algo que geralmente fica pra sempre.

A Minha Dor


A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal ...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias ...

A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve ... ninguém vê ... ninguém ...

2 de novembro de 2011

Meu encontro com Cthulhu


A noite era fria e silenciosa. Estávamos em três e seguíamos por corredores e galerias de pedra úmida, musgos e insetos. O barco era pequeno, com um único banco transversal e remos nas laterais, mas que não eram usados. A embarcação simplesmente deslizava pelas águas subterrâneas, como se soubesse aonde ir. Tanto eu quanto meus amigos estávamos paralisados, mudos e acuados em seus estados mentais.

Uma brisa mais forte nos levou até uma grande galeria, tão grande que suas paredes de pedra desapareciam rumo ao teto. Sua circunferência era tão vasta quanto a altura, o que tornava o ambiente mais escuro e profundo. Não havia outro som a não ser o da marola que se chocava com a madeira do barco, que agora parecia desacelerar lentamente.

Dentro da escuridão, consegui distinguir uma silhueta gigantesca que parecia se aproximar de forma lenta e em silêncio. Nossos olhos arregalados puderam observar uma forma monstruosamente grande. Vi seus olhos acesos em tonalidade amarelada, mas muito pequenos. De sua face pendiam tentáculos musculosos, notados apenas pelo reflexo de sua superfície gosmenta. De trás de seus ombros surgiam asas fechadas, muito parecidas com as asas dos mitológicos dragões. Em uma mistura de suor e taquicardia minha cabeça doía e em minha mente o medo sugava todas as minhas forças.

Em um movimento suave, um dos braços da criatura surgiu das águas, nos mostrando que era ainda maior e que estava quase toda submersa. O braço se levantou e a mão gigantesca veio em nossa direção, mostrando garras muito maiores que nossos corpos. Senti meu corpo gelar, envolto por dedos nodosos e molhados, que me fizeram perder os sentidos.

Acordei em outro lugar. Parecia o espaço sideral, totalmente negro, silencioso e sem barreiras. Eu flutuava e comigo a criatura horrenda, mas que nesse instante parecia menor, talvez adaptando seu tamanho para lugares ou tarefas diferentes. Nesse instante uma de suas mãos segurava a parte de trás da minha cabeça. Seus olhos me fitavam enquanto as garras da outra mão vinham na direção do meu rosto.

A criatura parecia me analisar e estudar minhas estruturas corporais. De súbito, uma de suas garras inseriu-se no canto interno do meu olho direito, penetrando alguns poucos milímetros, para depois virar a ponta na direção do globo ocular e perfurá-lo lateralmente. A dor era intensa e a sensação extremamente perturbadora. Depois de atravessar todo o globo, o mostro resolveu retirar sua garra e ao sair minha pupila foi apagada e todas as partes internas do olho foram destruídas, deixando-o cego. Antes mesmo de acreditar no que se passava, senti que o outro olho começara a passar pelo mesmo processo e toda a dor inimaginável foi multiplicada. Restavam-me os outros sentidos.

Depois de alguns minutos o terror continuava. Suas garras rodearam minhas narinas até que se perderam dentro delas. Senti cada cartilagem e ossos sendo forçados. Ouvi seus estalos e senti o sangue tomar conta da garganta. Sufocado, mas imóvel. As pontas das unhas tocaram o interior do meu pescoço e ao serem retiradas senti um vazio, como se todas as partes internas das minhas vias respiratórias tivessem sido removidas. Já não conseguia respirar normalmente, parecia sufocar no meu próprio sangue.

Minha mente girava. Tudo rodava e meus pensamentos eram os mais aterradores. Até que senti suas garras tocarem meus lábios. Dois de seus dedos desceram garganta abaixo. Novamente a asfixia me enlouquecia. Suas perfurantes garras escorregaram até o meu estômago, provavelmente. Apesar de sentir meu corpo desfalecer, eu não morria, apenas enlouquecia pouco a pouco com a dor. Até que tudo escureceu.

Abri os olhos, mas nada vi. Continuava cego. Minha boca e nariz eram uma mistura de carnes e restos de cartilagem destruídos. Não havia língua. Havia apenas um vazio por dentro do meu rosto. Consegui me levantar com muita dificuldade. E comecei a caminhar lentamente, procurando apoios e tentando ouvir o ambiente. Silêncio. Esbarrei em algumas paredes e por elas fui sendo conduzido pelo interior de um grande cômodo. De alguma forma eu sabia que meus amigos estavam ali. Provavelmente dormindo. Percorri alguns corredores sem saber exatamente o que procurava.

Ao dar mais um passo, vi meu reflexo rapidamente em um vidro, aparentemente uma janela. Mas, apesar de estar de frente para ela, meu reflexo desapareceu, saindo para um dos lados do vidro. Passei a procurar outras janelas ou outro objeto que pudesse refletir minha imagem. Então me deparei com um espelho, e ficando frente a frente com meu reflexo fui tomado de um horror indescritível. Meu reflexo era magro ao extremo. Uma pele ressequida e esticada o cobria e roupas de hospital, como as de pacientes, me vestiam. Notei também uma faixa na cabeça além de olhos tão fundos que pareciam órbitas vazias.

Mas o susto não foi somente da minha situação física. Meu reflexo ao me observar foi tomado de medo e loucura. Deu um passo para trás num grito de pavor, ao mesmo tempo em que seus braços esqueléticos tentavam proteger seu rosto, correndo em seguida para o lado direito da área do espelho e sumindo da imagem. Notei pelo reflexo do espelho um quarto vazio, com paredes em um tom pastel de marrom e um grande vazio dentro de mim.

Conto inspirado em um dos sonhos mais realistas que já tive.

1 de novembro de 2011

Tattoo [01]


Postarei aqui no blog algumas imagens de tatuagens, tanto femininas quanto masculinas, que sejam interessantes, provocativas, divertidas mas sempre com uma pegada rock/horror. 

Stay ON!

fonte: Tumblr.com

Tim Burton - Vincent


Nesse primeiro trabalho em stop-motion de Tim Burton, ele conta a história de Vincent Malloy, um garoto de 7 anos que quer ser como Vincent Price, imaginando uma vida repleta de sinistras situações loucura e experiências bizarras. A narração dos versos é do próprio Price.


Legendado por: lixeira666 - rafael451
 
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